Maturidade e Ministério Fundamentados para crescer

A última ceia

A posição dos discípulos na última ceia revelam de certa forma o coração de cada um deles, e o quanto tinham absorvido até então a revelação de Jesus.

Revivendo a última ceia

Em 1997, durante minha primeira visita a Israel, tive a chance de explorar um “jardim bíblico” que oferecia uma riqueza de informações sobre a cultura bíblica e milenar. Ali, pude apreciar ilustrações e explicações detalhadas, todas embasadas em extensas pesquisas e sólido conhecimento histórico e arqueológico. Em meio a tantas descobertas fascinantes, participei de uma notável aula que recriou o cenário da Última Ceia, com uma mesa em forma de “U” para reclinar.

As posições de assento na última ceia

A figura abaixo nos dá uma idéia de como eram organizados os lugares em uma típica ceia do período romano comida em uma mesa de reclinar. Durante a refeição era um costume apoiar-se no cotovelo esquerdo e comer com a mão direita.

A asa esquerda da mesa era a parte mais importante. O anfitrião normalmente ocupava o segundo lugar, ou o lugar do meio, da ponta desta asa. A sua direita e a sua esquerda eram as posições de honra. O lugar a esquerda era do convidado de honra que o anfitrião queria destacar.

Perguntou-lhe ele: Que queres? Ela respondeu: Manda que, no teu reino, estes meus dois filhos se assentem, um à tua direita, e o outro à tua esquerda. Mateus 20:21

Sendo Jesus, nesta última ceia, o Anfitrião, e que possivelmente estava ensinando enquanto isto acontecia, existem razões concretas para crer que Ele, Jesus, estava reclinado nesta posição.

João que estava deitado no peito de Jesus, estaria naturalmente a sua direita.

Ora, ali estava conchegado a Jesus um dos seus discípulos, aquele a quem ele amava; a esse fez Simão Pedro sinal, dizendo-lhe: Pergunta a quem ele se refere. Então, aquele discípulo, reclinando-se sobre o peito de Jesus, perguntou-lhe: Senhor, quem é? Respondeu Jesus: É aquele a quem eu der o pedaço de pão molhado. Tomou, pois, um pedaço de pão e, tendo-o molhado, deu-o a Judas, filho de Simão Iscariotes. João 13:23-26

Era esperado Jesus oferecer os lugares a sua direita e a sua esquerda para Pedro, João e Tiago, por serem os mais próximos no circulo dos discípulos (Lc 9:28, Mc 14:33).

Após Jesus ter designado a Pedro e João a responsabilidade de preparar o cordeiro do sacrifício, juntamente com todos os outros arranjos, é provável que Pedro tenha imaginado que receberia alguma honra especial, talvez até uma posição ao lado de Jesus. Afinal, ele era o que mais se esforçava na tarefa.

Jesus, pois, enviou Pedro e João, dizendo: Ide preparar-nos a Páscoa para que a comamos. Lucas 22:8

Onde estaria Pedro?

Existem três indicações que apontam que Pedro não estava reclinado nesta posição.

Quando Jesus anunciou que um dos discípulos o trairia, Pedro chamou a atenção de João para perguntá-lo quem seria. Como esta posição fica com o rosto virado para os outros, é provável que estivesse do outro lado, na posição oposta.

No episódio onde Jesus lavou os pés dos discípulos, temos a impressão que Pedro foi o último a ter os pés lavados. Pela tradição, a pessoa reclinada no último assento, deveria voluntariamente fazer a lavagem dos pés de todos que estavam a mesa. Mas o Anfitrião tomou a iniciativa.

Depois, deitou água na bacia e passou a lavar os pés aos discípulos e a enxugar-lhos com a toalha com que estava cingido. Aproximou-se, pois, de Simão Pedro, e este lhe disse: Senhor, tu me lavas os pés a mim? João 13:5, 6

Rivalidades

Uma rivalidade clara sobre quem seria considerado o maior era evidente entre os discípulos, uma atitude infeliz que ocorria regularmente. Quando Jesus ofereceu um lugar de honra a outra pessoa, é possível que Pedro tenha reagido impulsivamente, sentando-se emburrado do outro lado da mesa.

Suscitaram também entre si uma discussão sobre qual deles parecia ser o maior. Mas Jesus lhes disse: Os reis dos povos dominam sobre eles, e os que exercem autoridade são chamados benfeitores. Mas vós não sois assim; pelo contrário, o maior entre vós seja como o menor; e aquele que dirige seja como o que serve. Lucas 22:24-26

Tendo eles partido para Cafarnaum, estando ele em casa, interrogou os discípulos: De que é que discorríeis pelo caminho? Mas eles guardaram silêncio; porque, pelo caminho, haviam discutido entre si sobre quem era o maior. Marcos 9:33, 34

Judas…

Existem duas indicações de que Judas estava sentado no lugar de honra ao lado de Jesus. Em primeiro lugar, o costume de oferecer o pedaço de pão molhado na sopa era reservado para o convidado de honra.

Tomou, pois, um pedaço de pão e, tendo-o molhado, deu-o a Judas, filho de Simão Iscariotes. João 13:26

Além disso, é relevante notar que Judas precisava estar reclinado próximo a Jesus para poder alcançar o mesmo prato que Ele (Mateus 26:23). Isso sugere que, mesmo sabendo das intenções de Judas, Jesus continuou a demonstrar hospitalidade e ofereceu a ele a oportunidade de abandonar seu plano maligno até o último momento.

Se essa interpretação estiver correta, é plausível que Judas tenha se sentido profundamente desconfortável ao receber tanto carinho e prestígio, especialmente após ter traído “O Senhor” por trinta moedas de prata.

Então, um dos doze, chamado Judas Iscariotes, indo ter com os principais sacerdotes, propôs: Que me quereis dar, e eu vo-lo entregarei? E pagaram-lhe trinta moedas de prata. E, desse momento em diante, buscava ele uma boa ocasião para o entregar. No primeiro dia da Festa dos Pães Asmos, vieram os discípulos a Jesus e lhe perguntaram: Onde queres que te façamos os preparativos para comeres a Páscoa? Mateus 26:14-16

Conclusão

Jesus estabeleceu uma nova aliança por meio de seu sangue, e a Ceia representa uma Páscoa que não é mais apenas uma figura simbólica, mas a manifestação de um sacrifício perfeito. Esse sacrifício nos proporcionou verdadeira redenção, pela qual, através da fé em Jesus, não apenas somos perdoados, mas também regenerados, renovados e nos tornamos participantes da natureza divina. Tornamo-nos verdadeiros filhos de Deus, herdeiros de uma viva esperança: a redenção do corpo.

Assim, Jesus completou sua obra; tudo o que precisava ser feito foi realizado. O que permanece em aberto é como responderemos a esse imenso amor e a essa grande salvação.

Lançai fora o velho fermento, para que sejais nova massa, como sois, de fato, sem fermento. Pois também Cristo, nosso Cordeiro pascal, foi imolado. Por isso, celebremos a festa não com o velho fermento, nem com o fermento da maldade e da malícia, e sim com os asmos da sinceridade e da verdade. 1 Coríntios 5:7, 8

Como parte dessa conclusão, eu encorajo fortemente você a ler um artigo que esclarece questões mal compreendidas sobre a Ceia do Senhor e orienta sobre como celebrá-la de acordo com os princípios bíblicos.

Click e leia, CELEBRANDO A CEIA.

 

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