O perdão é a cola dos relacionamentos, um dos princípios que mais revela o coração de Deus. Ao compreendermos isso, podemos nos poupar de muitas dores desnecessárias e, ao praticá-lo como estilo de vida, desfrutaremos de uma inteligência emocional elevada.
Perdoai as nossas ofensas assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido (Mateus 6:12)
A importância da inteligência emocional
Vivemos em um mundo imperfeito, onde interagimos com pessoas falhas. Por isso, feridas e amarguras são problemas universais. A questão principal não é evitar ser ferido, pois nenhum ser humano está imune a isso, mas sim como você reage a essas situações – isso faz toda a diferença.
O perdão precisa estar no centro de nossa vida cristã. As pessoas que não perdoam são como aquelas que tomam veneno esperando que a outra pessoa morra. Portanto, não há nada mais sábio e libertador, que produza inteligência emocional e alinhe-nos à natureza de Deus, do que a atitude de perdoar.
Fazendo um check-up
Reconhecer feridas não é difícil, principalmente quando alguém se torna amargo. Vamos analisar algumas características de pessoas nesta situação:
- Não percebem o quanto foram perdoados por Deus.
- Pessoas amargas vivem enganadas, possuem um sistema de crenças para se justificarem e protegerem.
- Demonstram falta de interesse pelos outros.
- São muito sensíveis e facilmente magoados.
- Tornam-se possessivos com poucos amigos e tendem a sufocar essas amizades.
- Mostram pouca ou nenhuma gratidão com todos.
- São convenientes nos relacionamentos: exageram no elogio (falsa bajulação) ou são duros na crítica (tendem a condenar os outros).
- Têm frequentes atitudes de teimosia e mau humor.
- Buscam más companhias, (procuram apoio em pessoas que falam o que gostam de ouvir).
- Defendem com convicção ações erradas.
- Acabam experimentando extremos no humor (desequilíbrio emocional, resultado de uma visão distorcida sobre Deus, as pessoas e sobre eles mesmos).
Por isso, precisamos remover qualquer empecilho para crescer espiritualmente e consolidar uma mente renovada e saudável. Vamos observar alguns desses obstáculos.
Obstáculos para perdoar
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Escolha
Talvez seja a maior barreira, não queremos optar pelo perdão. Algumas pessoas não querem perdoar porque estão presas ao orgulho. Outras acham que não conseguem, que é impossível para elas. Confiam mais nas suas mágoas do que na graça de Deus. Perdoar é como soltar a corda de um sino; as emoções ainda vão soar por um tempo, mas, aos poucos, elas acompanham a nossa decisão.
O perdão é uma escolha, e a cura se manifesta em um processo. Quando decidimos perdoar, Deus sempre age em nosso coração de forma libertadora e surpreendente. Perdoar não é algo que depende do que sentimos; é uma decisão que tomamos fundamentados no que Cristo fez por cada um de nós sem jamais merecermos.
Não espere que a raiva ou a decepção sumam com o tempo. Tome a decisão de perdoar, mesmo que seus sentimentos ainda estejam feridos. Liberte-se dessa sobrecarga emocional.
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Desejo de vingança
Tenho que descontar primeiro para depois perdoar! Este é um argumento perigosos que jamais vai satisfazer a justiça de Deus.
Romanos 12:20 Pelo contrário, se o teu inimigo tiver fome, dá-lhe de comer; se tiver sede, dá-lhe de beber; porque, fazendo isto, amontoarás brasas vivas sobre a sua cabeça. 21 Não te deixes vencer do mal, mas vence o mal com o bem.
O único poder capaz de vencer o mal, não é o próprio mal, mas o bem.
Não te vingarás nem guardarás ira contra os filhos do teu povo; mas amarás o teu próximo como a ti mesmo. Eu sou o SENHOR. Levíticos 19:18
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Medo de repetição
Por que perdoar se na próxima oportunidade farão a mesma coisa comigo? Entenda, o perdão é uma atitude, um estilo de vida. Precisamos estar dispostos a perdoar 70 X 7.
Então Pedro, aproximando-se dele, disse: Senhor, até quantas vezes pecará meu irmão contra mim, e eu lhe perdoarei? Até sete? Jesus lhe disse: Não te digo que até sete; mas, até setenta vezes sete. Mateus 18:21
O mesmo Pedro que fez a pergunta disse: “Até quantas vezes pecará meu irmão contra mim, e eu lhe perdoarei? Até sete?” Parece que, ao falar, ele pensava em não aceitar abusos; “sete” aqui sugere um ciclo semanal, uma visão limitada para investir nos relacionamentos.
Jesus, por outro lado, respondeu: “Não até sete, mas setenta vezes sete,” fazendo referência ao ciclo da vida, apontando para um perdão ilimitado e contínuo.”
Salmos 90:10, os dias da nossa vida sobem a setenta anos ou, em havendo vigor, a oitenta; neste caso, o melhor deles é canseira e enfado, porque tudo passa rapidamente, e nós voamos.
Jesus queria ensinar a Pedro que o perdão é um estilo de vida. Não se trata de uma questão de matemática, mas de fé e perseverança
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O perdão é unilateral
Ou seja, independentemente de a pessoa que te ofendeu se arrepender ou pedir desculpas, faça a sua parte. Muitas pessoas esperam que o outro se arrependa e se humilhe, mas esse tipo de pensamento apenas mantém a mágoa viva.
Quando chegaram ao lugar chamado Calvário, ali o crucificaram, bem como aos malfeitores, um à direita, outro à esquerda. 34 Contudo, Jesus dizia: Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem. Lucas 23:33
O padrão de Deus
Efésios 4:32 Antes, sede uns para com os outros benignos, compassivos, perdoando-vos uns aos outros, como também Deus, em Cristo, vos perdoou.
Colossenses 3:13 Suportai-vos uns aos outros, perdoai-vos mutuamente, caso alguém tenha motivo de queixa contra outrem. Assim como o Senhor vos perdoou, assim também perdoai vós;
O padrão da nova aliança não é perdoar para ser perdoado, mas perdoar porque foi perdoado. O perdão é a única opção para quem entendeu o quanto foi perdoado. A falta de perdão nos leva a viver com uma mentalidade reprovada, como se não tivéssemos sido perdoados, sendo que já fomos. Aqui na verdade, estamos falando de pessoas que não entenderam o Evangelho ou o absorveram de maneira muito superficial.
Exemplos a seguir: Jesus e Estevão
Lucas 23:34, Jesus, porém, dizia: Pai, perdoa-lhes; porque não sabem o que fazem.
Atos 7:60, E pondo-se de joelhos, clamou com grande voz: Senhor, não lhes imputes este pecado. Tendo dito isto, adormeceu.
O exemplo de Corrie Ten Boon,
Corrie foi uma mulher que viveu na Holanda e passou parte de sua vida em um campo de concentração nazista. Ela perdeu sua família devido à crueldade dos alemães, após decidirem esconder judeus em sua própria casa. Durante esse período, presenciou cenas de extremo sofrimento, incluindo os abusos que sua irmã sofreu por um oficial nazista. Tanto seu pai quanto sua irmã perderam a vida naquele lugar.
Após o fim da Segunda Guerra, Deus enviou Corrie a vários países com uma mensagem poderosa de perdão. E Deus quis que ela começasse essa missão justamente na Alemanha, onde havia sido traumatizada.
Em sua primeira palestra em uma igreja alemã, Corrie falou sobre o perdão de Deus. Quando fez o apelo, ficou surpresa ao ver o mesmo oficial nazista se aproximando, estendendo a mão e pedindo seu perdão. Seus sentimentos a impediam de perdoá-lo, mas naquele momento, ela sentiu o Senhor falar ao seu coração: ‘Corrie, a decisão é sua, escolha perdoar e Eu te ajudarei!’ Corrie decidiu perdoá-lo, estendeu a mão e, ao tocá-lo, sentiu como uma descarga elétrica percorrer seu corpo. Ela percebeu que o ódio e a repulsa haviam se transformado instantaneamente em compaixão.
Será que existe uma Alemanha no seu coração?
Existe um livro e um filme sobre a família Ten Boon, chamado “O refúgio secreto”.
E o SENHOR virou o cativeiro de Jó, quando orava pelos seus amigos; e o SENHOR acrescentou, em dobro, a tudo quanto Jó antes possuía. JÓ 42:10
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