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Maturidade e Ministério Fundamentados para crescer

O Evangelho e a generosidade

O EVANGELHO E A GENEROSIDADE

A prioridade de compartilhar 

“E, quando deres um jantar ou uma ceia, não convides os teus amigos, nem teus irmãos, nem teus parentes, nem vizinhos ricos; para não suceder que eles, por sua vez, te convidem e sejas recompensado. Antes, ao dares um banquete, convida os pobres, os aleijados, os coxos e os cegos; e serás bem-aventurado, pelo fato de não terem eles com que recompensar-te; a tua recompensa, porém, tu a receberás na ressurreição dos justos. Ouvindo isto, um dos que estavam com ele à mesa, disse-lhe: Bem-aventurado o que comer pão no reino de Deus.

Revelando os corações

Porém, ele lhe disse: Um certo homem fez uma grande ceia, e convidou a muitos. E à hora da ceia mandou o seu servo dizer aos convidados: Vinde, que já tudo está preparado. E todos à uma começaram a escusar-se. Disse-lhe o primeiro: Comprei um campo, e importa ir vê-lo; rogo-te que me hajas por escusado. E outro disse: Comprei cinco juntas de bois, e vou experimentá-los; rogo-te que me hajas por escusado. E outro disse: Casei, e, portanto, não posso ir. E, voltando aquele servo, anunciou estas coisas ao seu senhor. Então o pai de família, indignado, disse ao seu servo: Sai depressa pelas ruas e bairros da cidade, e traze aqui os pobres, e aleijados, e mancos e cegos. E disse o servo: Senhor, feito está como mandaste; e ainda há lugar. E disse o senhor ao servo: Sai pelos caminhos e valados, e força-os a entrar, para que a minha casa se encha. Porque eu vos digo que nenhum daqueles homens que foram convidados provará a minha ceia.” LUCAS 14:12–24

O que é uma palavra de conhecimento? É um conhecimento dado por Deus que revela um certo momento, uma dada circunstância e o coração das pessoas envolvidas. As parábolas são, portanto, palavras de conhecimento! A partir de agora, registro alguns entendimentos baseados em trechos dessa história contada pelo Mestre.

Generosidade – Vinde, que já tudo está preparado!

Se você quer ser generoso, aprenda a proteger o seu coração. Aja sem esperar nada em troca. O que nos torna livres para exercer a generosidade é a compreensão de que, quando Deus nos deu o Seu único filho, Ele já nos deu tudo. Por meio dessa parábola, Jesus instruiu Seus ouvintes sobre a importância da generosidade, mostrando que a generosidade de Deus nos torna responsáveis.

Desculpas – “Um certo homem fez uma grande ceia, e convidou a muitos.”

Uma das tradições mais fortes da cultura do Oriente Médio é comer todos juntos, a fim de validar a importância da hospitalidade. Em qualquer daqueles banquetes, quando alguém queria fazer a gentileza de convidar um grupo de amigos, seguia-se um protocolo e uma logística. Normalmente, não se prepara um banquete sem uma lista de convidados confirmados.

“E à hora da ceia mandou o seu servo dizer aos convidados: Vinde, que já tudo está preparado. E todos à uma começaram a escusar-se.”

Para entender o que aconteceu aqui, pense na cena: todos os seus convidados vieram a sua casa para um jantar e estão aguardando na sala de estar. Quando você anuncia que a refeição está servida, cada um deles se retira dando uma desculpa esfarrapada.

Um diz, “eu tenho que cortar a grama do meu jardim”; o outro, “esqueci de alimentar o meu cachorro”, e mais um, ainda: “tenho umas contas a pagar…”. Você simplesmente fica chocado e não sabe o que fazer com tanta comida.

Se, no último momento, depois de confirmar presença, alguém desiste, espera-se, no mínimo, uma desculpa plausível, mas não foi o caso.

“Disse-lhe o primeiro: Comprei um campo, e importa ir vê-lo; rogo-te que me hajas por escusado.”

 Ninguém compra um campo para depois ir vê-lo. Levam-se semanas e até meses para avaliar corretamente uma área dessas. É preciso averiguar a qualidade do solo, a drenagem do terreno, descobrir onde o sol bate no inverno etc.

Não fazia nenhum sentido dar essa resposta, considerando-se que a mesa já estava posta. Na verdade, tal coisa significa que havia o desejo de ofender publicamente o nobre homem.

“E outro disse: Comprei cinco juntas de bois, e vou experimentá-los; rogo-te que me hajas por escusado.”

 Ninguém compra juntas de bois sem antes se assegurar de que os animais estão treinados para trabalhar juntos, tendo a mesma passada. Esse segundo convidado queria também insultar o nobre homem que estava dando o banquete.

 “E outro disse: Casei, e por tanto não posso ir.”

Dizer uma coisa dessas de última hora era inaceitável! Esse homem deixou claro que estava apoiando os outros naquele boicote.

Complô e inveja

“E, voltando aquele servo, anunciou estas coisas ao seu senhor. Então o pai de família, indignado, disse ao seu servo: Sai depressa pelas ruas e bairros da cidade, e traze aqui os pobres, e aleijados, e mancos e cegos.”

Se apenas um convidado tem um imprevisto e desiste, tudo bem, mas quando a maioria se retira, fica caracterizado um complô. As desculpas eram inaceitáveis! Por alguma razão, os convidados queriam humilhar aquele nobre homem e “melar” o seu banquete. O que os motivou a usar aqueles pretextos?

Se você já leu os evangelhos e conhece o básico sobre eles, sabe que Jesus estava revelando o coração dos judeus religiosos, trazendo à luz o que eles queriam esconder.

Pessoas religiosas não suportam pessoas generosas e sentem-se profundamente inseguras quando não são elas que “fazem a cena”, não se consideram amadas e são estigmatizadas pelo ciúme e pela inveja.

Provavelmente, assim que se retiraram do banquete, aqueles homens fizeram uma reunião paralela na casa de um deles… O assunto fica por conta da sua imaginação.

Ressignificação – “Então o pai de família, indignado, disse ao seu servo…”

Não permita que a ingratidão das pessoas defina você. Claramente, aquele homem ficou indignado com seus convidados, que estavam pagando o bem com o mal. A pergunta que fica é a seguinte: o que ele faria com a sua ira?

“Sai depressa pelas ruas e bairros da cidade, e traze aqui os pobres, e aleijados, e mancos e cegos.”

 Insultos e injustiça provocam ira, que sempre produz muita energia. O que fazer com toda a energia que foi criada ao ser tratado injustamente? O nobre homem tinha o direito de retaliar, mas não o fez.

Ele escolheu ressignificar! A reação desse homem nobre foi transformar a sua ira em generosa graça!

A cruz

Uma das cenas mais fortes dos evangelhos é a do Cristo crucificado, dependurado entre os céus e a terra como um sinal de vergonha e humilhação. A crucificação traz uma revelação clara de como Deus restauraria o homem e lhe devolveria tudo o que perdeu. Sabemos que, na cruz, Ele assumiu a nossa condição para assumirmos a Dele. Não pode haver uma expressão de generosidade maior do que essa.

A revelação bíblica de Deus mais contundente na Antiga Aliança é a de que Ele é três vezes Santo.

“E clamavam uns para os outros, dizendo: Santo, santo, santo é o SENHOR dos Exércitos […]”. ISAÍAS 6:3

Na Nova Aliança, é a de que Ele é Amor.

“Aquele que não ama não conhece a Deus, pois Deus é amor.” 1 JOÃO 4:8

Sem a cruz, todos nós veríamos Deus na qualidade de um juiz, mas, com ela, o coração do Juiz se tornou um coração de Pai. O Senhor decidiu descarregar a Sua ira santa sobre o Seu único filho.  A santidade divina exigiu a punição do pecado, de modo que Seu amor moveu Jesus para ser punido em nosso lugar. Ele morreu a nossa morte para vivermos a Sua vida. Este é o coração da parábola!

Vinde a mim – “pobres, e aleijados, e mancos e cegos”.

 Agora, Cristo se referia à população comum e discriminada de Israel. Aqueles que eram indignos, considerados imperfeitos e impuros pela lei, seriam bem-vindos no banquete. Esses eram os que de bom grado ouviam o Seu ensino e se deliciavam, que tinham fome e sede de justiça. O momento de serem saciados chegou.

“E disse o servo: Senhor, feito está como mandaste; e ainda há lugar.”

O servo percebeu que ainda existiam lugares disponíveis, então, energizado pelo processo, notificou o mestre.

“E disse o senhor ao servo: Sai pelos caminhos e valados, e força-os a entrar, para que a minha casa se encha.”

 A recomendação do senhor foi que o servo extrapolasse os rejeitados da vila, indo o quão distante fosse necessário e recolhendo pessoas estranhas — a casa deveria estar cheia. De quem Jesus estava falando? Neste “terceiro round”, dos gentios, das nações… “Forçar”, no verso acima, não quer dizer obrigar pessoas a irem ao banquete se não quisessem.

O fato é que elas eram tão rejeitadas, estavam tão à margem, que precisariam ser convencidas de que estavam realmente sendo convidadas e de que seriam bem recebidas. Era como se o servo fosse instruído assim: “Se ficarem relutantes por causa da baixa autoestima, agarre-as pela mão e traga-as. Eu quero que elas conheçam a minha generosidade.”

Certamente, Jesus estava falando de mim e de você! A Graça é tão maravilhosa que parece inacreditável. Quando a entendemos, a fé explode dentro dos nossos corações.

A ingratidão e a reprovação – “Porque eu vos digo que nenhum daqueles homens que foram convidados provará a minha ceia.”

 Ser salvo é questão de atender a um convite!

“Ali haverá choro e ranger de dentes, quando virdes Abraão, e Isaque, e Jacó, e todos os profetasno reino de Deus, e vós lançados fora. E virão do oriente, e do ocidente, e do norte, e do sul, e assentar-se-ão à mesa no reino de Deus. E eis que derradeiros há que serão os primeiros; e primeiros há que serão os derradeiros.” LUCAS 13:22-30

Jesus está prevendo que haverá muitas surpresas no Grande Dia! No banquete da parábola, encontramos pessoas que se reprovaram, pois foram excluídas pela própria ingratidão. Normalmente, somos gratos com aqueles que agiram conosco com generosidade, mas um coração endurecido pela religiosidade tende a responder com ciúmes e inveja. Não existe nada mais cruel e implacável do que a inveja no coração humano. Esta é a maior evidência de uma pessoa reprovada.

Da parábola para a história

“Jesus estava em pé ante o governador; e este o interrogou, dizendo: És tu o rei dos judeus? Respondeu-lhe Jesus: Tu o dizes. E, sendo acusado pelos principais sacerdotes e pelos anciãos, nada respondeu […]. Estando, pois, o povo reunido, perguntou-lhes Pilatos: A quem quereis que eu vos solte, a Barrabás ou a Jesus, chamado Cristo? Porque sabia que, por inveja, o tinham entregado […]. Mas os principais sacerdotes e os anciãos persuadiram o povo a que pedisse Barrabás e fizesse morrer Jesus.” MATEUS 27:11-20

Quem eram os principais sacerdotes e os anciãos? Eram aqueles aos quais Jesus deu preferência na sua lista de convidados. Eram pessoas destacadas, líderes espirituais da nação. Eles não eram vistos como ímpios que não temiam a Deus, não!

De uma forma geral, sustentavam um alto padrão de moralidade. O que eles mais repugnavam seria alguém como Barrabás, um baderneiro homicida.

Ódio sem motivo

Pilatos, muito sagaz, percebendo uma inveja aflorada por parte dos religiosos, fez o quê? Testou-os, pagando para ver até onde aqueles religiosos moralistas poderiam chegar. Aqueles homens jogaram na lata do lixo tudo que acreditavam em termos de valores e dignidade. Ao persuadirem a multidão a escolher Barrabás, provaram que seus corações já estavam capturados por inveja e ciúmes.  Eles cometeram a pior injustiça, seguiram o caminho de Caim e covardemente julgaram e mataram o Senhor da Glória.

“Aquele que me odeia, odeia também a meu Pai. Se eu entre eles não fizesse tais obras, quais nenhum outro tem feito, não teriam pecado; mas agora, viram-nas e me odiaram a mim e a meu Pai. Mas é para que se cumpra a palavra que está escrita na sua lei: Odiaram-me sem causa.” JOÃO 15:23-25

O próprio Senhor Jesus conceituou a inveja como ódio sem motivo. O Evangelho separará o amor altruísta da inveja amargurada e sempre trará consigo a sabedoria da espada de Salomão (1 Re 3:16-28).

 

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