O maior teste da vida cristã são os relacionamentos. E a maior evidência de uma vida cristã saudável é a comunhão com o propósito de alcançar e salvar o outro. Não faltarão oportunidades para sermos provados no teste da humildade — momentos em que precisaremos reconhecer que não somos tão saudáveis quanto imaginamos.
“Se somos infiéis, Ele permanece fiel, pois de maneira nenhuma pode negar-se a si mesmo.” 2 Timóteo 2:13
Esse versículo revela de forma profunda a maravilhosa graça de Deus. O pecado, na verdade, não separou Deus do homem; foi o homem quem se afastou de Deus. O pecado deformou o homem, mas jamais poderia remover Deus do Seu lugar de fidelidade. Ele permanece imutável.
Como declara Isaías 59:2:
“Mas as vossas iniquidades fazem separação entre vós e o vosso Deus…”
A separação sempre esteve do lado humano, nunca do lado divino. Ainda assim, Deus não deixou essa distância sem resposta. Ele mesmo providenciou uma solução definitiva para o pecado.
2 Coríntios 5:21, Aquele que não conheceu pecado, ele o fez pecado por nós; para que, nele, fôssemos feitos justiça de Deus.
A porta que o homem fechou para Deus, o próprio Deus decidiu reabrir. Jesus se fez homem, consumou a obra da redenção e restaurou o acesso. Do lado de Deus, não existe porta fechada.
João 10:9 Eu sou a porta. Se alguém entrar por mim, será salvo; entrará, e sairá, e achará pastagem.
Deus nunca saiu do lugar onde sempre esteve: o lugar de Pai.
A PARÁBOLA DOS FILHOS PERDIDOS – Lucas 15:11-32
Nesta parábola, Jesus estava desnudando os pensamentos mais íntimos de duas classes de pessoas dos seus dias, os publicanos e os religiosos. Mas esta incrível parábola pode perfeitamente se aplicar as mais diversas controvérsias nos relacionamentos atuais.
A primeira coisa que deveríamos perceber é o coração generoso e gracioso do Pai. os dois filhos saíram de casa. Ambos se perderam, não apenas o pródigo e esbanjador.
Existem duas coisas que podem nos afastar da casa: o errado e o certo. Geralmente pensamos que apenas o erro afasta alguém, mas o “certo” também afasta — e, muitas vezes, de forma ainda mais sutil e perigosa.
Uma pessoa cheia de razão é extremamente difícil de ser reconciliada. Ainda assim, não podemos esquecer que, como Igreja, carregamos a palavra e o ministério da reconciliação.
Como diz 2 Coríntios 5:18–19:
“Ora, tudo provém de Deus, que nos reconciliou consigo mesmo por meio de Cristo e nos deu o ministério da reconciliação; a saber, que Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não imputando aos homens as suas transgressões, e nos confiou a palavra da reconciliação.”
É mais fácil trazer de volta para casa quem fez tudo errado do que quem acredita ter feito tudo certo.
O que se julga certo prefere que Deus vá conversar com ele fora da casa, porque não aceita que o irmão que errou esteja dentro.
O que errou já voltou. Agora, quem fez tudo certo precisa compreender algo que ficou perdido na justiça própria: fazer tudo “certo” também pode nos afastar da comunhão da casa.
Porque a casa não é sustentada por méritos, mas por graça.
NÃO É UMA QUESTÃO DE CERTO OU ERRADO, MAS DE SER GUIADO.
NICODEMOS, um homem religioso, integro, que de um lado estava convencido que Jesus era o Messias por observar o seu ministério publico, mas, tinha “razões” para não assumir isto publicamente.
A vida cristã não se resume ao certo ou ao errado. Ela é, acima de tudo, sobre ser guiado, instruído, iluminado e conduzido por Deus.
E isso só se torna possível quando passamos da morte para a vida — quando somos regenerados pela semente do Evangelho e restaurados ao nosso lugar de filhos, tendo Deus novamente como Pai.
E para tanto, é necessário nascer de novo!
João 3:8, O vento sopra onde quer, ouves a sua voz, mas não sabes donde vem, nem para onde vai; assim é todo o que é nascido do Espírito.
A IMPORTANCIA DE UMA VIDA CRUCIFICADA
2 Coríntios 5:14, Pois o amor de Cristo nos constrange, julgando nós isto: um morreu por todos; logo, todos morreram.
Gálatas 2:8, Porque, se torno a edificar aquilo que destruí, a mim mesmo me constituo transgressor. 19 Porque eu, mediante a própria lei, morri para a lei, a fim de viver para Deus. Estou crucificado com Cristo; 20 logo, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim; e esse viver que, agora, tenho na carne, vivo pela fé no Filho de Deus, que me amou e a si mesmo se entregou por mim. 21 Não anulo a graça de Deus; pois, se a justiça é mediante a lei, segue-se que morreu Cristo em vão.
Veja, a vida cristã não é sobre a lei, certo ou errado. Mas é sobre a fé, ouvir para ser guiado.
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Uma vida crucificada é uma vida presa no propósito de salvar o OUTRO.
1 Coríntios 2:1-4, Eu, irmãos, quando fui ter convosco, anunciando-vos o testemunho de Deus, não o fiz com ostentação de linguagem ou de sabedoria. 2 Porque decidi nada saber entre vós, senão a Jesus Cristo e este crucificado. 3 E foi em fraqueza, temor e grande tremor que eu estive entre vós. 4 A minha palavra e a minha pregação não consistiram em linguagem persuasiva de sabedoria, mas em demonstração do Espírito e de poder…
As palavras fraqueza, temor e tremor descrevem um homem literalmente crucificado. A palavra da cruz é a palavra que nos prende ao propósito e não nos permite olhar para trás.
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Comunhão é partir o pão para salvar e incluir o outro.
1 João 1:3, o que temos visto e ouvido anunciamos também a vós outros, para que vós, igualmente, mantenhais comunhão conosco. Ora, a nossa comunhão é com o Pai e com seu Filho, Jesus Cristo. 4 Estas coisas, pois, vos escrevemos para que a nossa alegria seja completa.
Partir o pão não é sobre comer, mas sobre revelar. Lembra os discípulos no caminho de Emaús?
Lucas 24:30, E aconteceu que, quando estavam à mesa, tomando ele o pão, abençoou-o e, tendo-o partido, lhes deu; 31 então, se lhes abriram os olhos, e o reconheceram; mas ele desapareceu da presença deles.
Ainda que Jesus tenha se manifestado vivo àqueles discípulos e lhes tenha exposto as Escrituras, a revelação só se completou quando Ele partiu o pão.
Na verdade, Jesus nem sequer permaneceu para comer daquele pão físico, pois o propósito já havia sido cumprido. Eles foram iluminados, libertos da incredulidade e alcançados por um tipo de revelação que jamais se apagaria de suas vidas. Nasceram de novo!
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Uma vida crucificada é uma vida comprometida com a palavra que poda e limpa, ou seja, nos alinha com o propósito.
João 15:1, Eu sou a videira verdadeira, e meu Pai é o agricultor. 2 Todo ramo que, estando em mim, não der fruto, ele o corta; e todo o que dá fruto limpa, para que produza mais fruto ainda. 3 Vós já estais limpos pela palavra que vos tenho falado; 4 permanecei em mim, e eu permanecerei em vós. Como não pode o ramo produzir fruto de si mesmo, se não permanecer na videira, assim, nem vós o podeis dar, se não permanecerdes em mim. 5 Eu sou a videira, vós, os ramos. Quem permanece em mim, e eu, nele, esse dá muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer. 6 Se alguém não permanecer em mim, será lançado fora, à semelhança do ramo, e secará; e o apanham, lançam no fogo e o queimam. 7 Se permanecerdes em mim, e as minhas palavras permanecerem em vós, pedireis o que quiserdes, e vos será feito. 8 Nisto é glorificado meu Pai, em que deis muito fruto; e assim vos tornareis meus discípulos.
“Se não der fruto, Ele corta.”
Observe o significado da palavra “corta” no léxico grego: αἴρω (airō) — levantar, elevar, erguer, tirar do chão.
Os ramos de uma videira são sustentados por uma parreira e precisam ser conduzidos para o alto. Uma videira brava, sem o cuidado do agricultor, cresce arrastada pelo chão e, por isso, não consegue dar fruto. Assim, quando o texto diz que Ele “corta”, fala de levantar o ramo, reposicioná-lo, colocá-lo no lugar certo, alto, para frutificar.
“Se der fruto, Ele limpa.”
Aqui o sentido é literal: poda. Remover o que está seco, o que já não produz vida, para que haja ainda mais fruto.
Então, o que Jesus quer dizer quando afirma:
“Se permanecerdes em mim, e as minhas palavras permanecerem em vós, pedireis o que quiserdes, e vos será feito”?
O contexto é o compromisso com a palavra da cruz, da poda — a palavra que levanta, que nos tira da terra para o céu, de uma mente natural para uma mente espiritual.
Quando permanecemos nessa palavra, permitimos que ela nos pode, nos tire da zona de conforto e nos alinhe com o desenho de Deus.
Esse alinhamento nos conduz a uma promessa extraordinária: “pedireis o que quiserdes, e vos será feito”.
Porque o nosso desejo passa a estar santificado, ajustado ao propósito de Deus. A prioridade já não é viver para salvar a si mesmo, mas viver para cumprir o propósito e salvar o outro.
Vivemos tempo demais focados em preservar a própria vida. Mas a chave está em viver para cumprir o propósito. Transborde!
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